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Cisto Paralabral

O cisto paralabral do ombro pode ser observado em 2 a 4% da população em geral, particularmente em homens, durante a terceira e quarta décadas. Em média, estes cistos medem de 10 a 20 mm de diâmetro e estão localizados mais comumente na parte póstero-superior da glenóide, e raramente anterior e inferiormente.

 

Cistos ganglionares do ombro são causa rara de dor no ombro.

 

O diagnóstico clínico é desafiador devido à inespecificidade da história e do exame físico.

Normalmente, a sintomatologia do cisto labral da glenóide é devido à clínica de lesão SLAP ou compressão do nervo supraescapular ou axilar.

         

Seu diagnóstico se torna mais frequente devido ao uso rotineiro da ressonância magnética no suporte diagnóstico das queixas álgicas no ombro. Os diagnósticos diferenciais são osteoartrite, artrite reumatóide, osteomielite e neoplasias.

       

Quanto ao tratamento, se o sintoma for apenas dor, este consiste de modificações das atividades desencadeantes, uso oral de analgésicos, fisioterapia e correção da biomecânica do ombro nas atividades de vida diária e esportiva.

         

A patogênese dessa condição é incerta. Isto é, acredita-se que o trauma resulte no rompimento do complexo cápsulo -labral ou epsódios repetidos de subluxações imponham estresse mecânico no labrum levando à sua

degeneração e ao desenvolvimento do cisto.

         

Fessa et al. relataram que cistos labrais podem ser um indicador de lesão capsulo- labral e instabilidade. Sendo assim, a investigação de instabilidade associada deve ser considerada.

         

O tratamento desta condição depende da extensão da dor e da perda de função. Na falta de dor, a reabilitação do ombro para maximizar a função é geralmente a única intervenção necessária.

       

No entanto, na presença de dor persistente ou intensa, é indicado o tratamento cirúrgico para reparo labral. O resultado cirúrgico costuma ser de melhora do quadro de dor e da força de rotação externa.

 

Quanto à recorrência do cisto pós tratamento cirúrgico, Iannotti et al e Ji et al não encontraram recorrência do cisto em 1 ano e 1 ano e 5 meses, respectivamente, na ressonância magnética de controle pós cirúrgica.

 

Fessa CK, Peduto A, Linklater J, Tirman P. Posterosuperior glenoid internal impingement of the shoulder in the overhead athlete: pathogenesis, clinical features and MR imaging findings. J Med Imaging Radiat Oncol. 2015 Apr;59(2):182-7. doi: 10.1111/1754-9485.12276. Epub 2015 Jan 14. PMID: 25586665.

Iannotti JP, Ramsey ML. Arthroscopic decompression of a ganglion cyst causing suprascapular nerve compression. Arthroscopy 1996;12:739—45.

Ji, J.-H., Shafi, M., Lee, Y. S., & Kim, D.-J. (2012). Inferior paralabral ganglion cyst of the shoulder with labral tear - A rare cause of shoulder pain. Orthopaedics & Traumatology: Surgery & Research, 98(2), 193–198. doi:10.1016/j.otsr.2011.09.020

Westerheide KJ, Dopirak RM, Karzel RP, Snyder SJ. Suprascapular nerve palsy secondary to spinoglenoid cysts: results of arthoscopic treatment. Arthroscopy 2006;22 :721—7

Schroder CP, Skare O, Stiris M, Gjengedal E, Uppheim G, Brox JI. Treatment of labral tears with associated spinoglenoid cysts without cyst decompression. J Bone Joint Surg Am 2008;90:523-30

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